ARTE
Elementos vitais. Coordenação e técnicas meticulosas, estudadas. Rabiscadas.
Estilos e formas. Novas, reformuladas, adequando-se a busca de sua própria identidade.
Delinear traços, rasos, obtusos, primitivos, elaborados... apresentá-los.
Num quadro, no papel, no pano... plano feérico no palpável dimensionado.
Concluído. Esboçado. E na delícia sofrida de realizar tal trabalho, paisagens e retratos são algo a mais num fundo qualquer, modesto ou bem acabado. Requinte ou esculacho.
O ponta pé às tendências vanguardistas, ou ser adepta conservadora assumida.
Ter mil facetas. Inúmeras escolhas.
Possibilidades várias na ousada manobra de reelaborar, criar.
Produção de cenas numa extensa listagem de temas fascinantes, medíocres, cotidianos. Criatividade...
deu branco. Deu zebra. Deu sorte.
Fina textura duma mistura nem sempre harmônica,
nem tão delicada, nem tão poética.
Os sentidos se apuram na perpétua procura da fórmula ideal.
Pinceladas na medida certa. Ou não. Efeitos surpreendentes, ou comedidos.
Improvisação inspirativa. Ângulos e jogos de luzes sob vários prismas.
Viver os sabores e dissabores de ser artista, de ser louco e sonhador,
ser solitário e agitado.
Perspectiva conturbada. Revelação crua. Um impulso acelerado, compassado, vago...
tudo depende da emoção. E do fluxo de entrega, à raiva ou às pressas, numa façanha ricamente descoberta,
e talvez cética da capacidade própria dos que querem gritar.
Mas o fazem de modo fértil e arrebatador visualmente.
Como também o fazem embalando nossas pálpebras ao lirismo tenro,
seja qual for o gênero, seja qual for a proposta.
Zelai por essa irmandade pueril de alma e de impressões,
que transborda toda sua essência de um modo que saiba mais ou menos fazer,
porém o faz para se multiplicar, tentando imortalizar sua passagem ora pouco notada, ora festiva;
admiravelmente ordinária. Uma sinopse de sua jornada.
Poesia extraída do livro Escolhas - versos de Priscila Bezerra