O ATO DE ESCREVER
Escrever não é mero exercício racional, domínio gramatical de regras e acordos para uma escrita bem redigida e estruturalmente correta, ou tão somente livre inspiração onde ideias e sensações simplesmente brotam, derramando-se descuidadamente sob a forma de prosas e versos. Acredito que vá além, vejo como a fusão, o choque entre essas linhas. É necessário sim se aprimorar, exercitar, fazer uso das ferramentas e elementos certos para querer ser instrumento mestre da técnica, como também ser embalado por aquela atmosfera mágica que de súbito parece nos clarear tudo, esse algo intuitivo que nos eleva o espírito.
O ato de escrever personifica ideias abstratas que poderiam se perder na efemeridade do instante passado. O ato de escrever cria mundos e pontes que nem imaginávamos que pudessem existir. Cultivar esse ato, para alguns, talvez seja tão importante quanto se alimentar, rezar e amar (fazendo referência ao livro "Comer, rezar, amar" de Elizabeth Gilbert).